sexta-feira, 20 de janeiro de 2012


  O vestido que você tanto queria, ela comprou. As xícaras velhas de todos os dias, ela quebrou. Enfrentou o que guardara em seu coração, como preciosas partes de seu tão valioso sentimento. E se desfez, mais uma vez e por tantos outros momentos. Mas não surtia tanta diferença, quantas vezes ela se decepcionasse e aquele mesmo conto-de-fadas pudesse rever. Enquanto sonhasse, ela ainda iria acreditar. 

  Suas mãos tão tremulas, puseram-se a enxugar lágrimas de um amor inacabado. Algo que estava se construindo à cada dia. Tendo ele um fim, e sendo apressadamente recomeçado. Era como se uma chuva lavasse a rua da casa da bela garota, e pela manhã fizesse o chão se embevecer, e secar. Até vir o sol, e fazê-lo arder de tanto ensolarar. Quando por final, a bela garota aparecia, e aos pulos se divertia com cada gota da chuva que novamente surgira para seu refrigério. 

  Sim, desde sempre um mistério. Por mais que fosse ardentemente arrebatador, com a capacidade de derrubá-la ao chão sem forças. A impulsionava para cima, com saltos, belos saltos pelas gotas de despedida, à um sofrimento que teria volta, porém sem demora, e com certeza, mais tarde despedir-se-a. Sem deixar rancor.

  Isso sim é o amor. Mesmo que secasse, tinha ela suas reservas aquíferas, com lágrimas ou chuvas específicas de épocas que se fazia necessário regar a plantação. Seu coração, inexplicável solo fértil, que nem com fervoroso calor de um deserto, pusera-se à não mais amar. 

  Quem dirias haver assim, tanta força no coração de uma bela garota. Que estivera ainda, à aprender o que é conhecer, pertencer e se entregar…

  Ela descobriu que não estava no sorriso do garoto, nem no seu beijo. Muito menos no gosto, ou no desejo de tê-lo - tudo que a fazia recomeçar, e retomar sua caminhada - O fato era de que a esperança se encontrava no coração, da garota que caminhava pela estrada. E sua própria pessoa, em si com seu ego, seu ser, o jeito de ser e toda sua maestria, não enxergara tal destreza. De ter dentro da alma, a unica beleza desejada e perseguida em vão, pelos incrédulos no amor, e não puros de coração. 

  A esperança...

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